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para o CBC, espero que ajude-os)
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Buenos
Aires (lit.
"Bons Ares", em português) é a capital,
bem como a maior e mais importante cidade da Argentina,
figurando como a segunda maior área
metropolitana da América do Sul,
depois de São Paulo. A cidade está localizada na costa
oriental do Rio da Prata,
na costa sudeste do continente sul-americano. A cidade de Buenos Aires não faz
parte da Província de Buenos Aires e nem é sua capital, mas sim, é um distrito federal autônomo.
A Grande Buenos Aires, como é chamada sua região
metropolitana, é a terceira maior aglomeração urbana da América Latina,
com mais de 13 milhões de habitantes (2010), superada somente pela Grande São Paulo e pela Grande Cidade do México Buenos Aires é considerada uma cidade global alfa pelo inventário de 2008 da Universidade
de Loughborough (GaWC).
Após os
conflitos internos do século XIX,
Buenos Aires foi federalizada e removida da Província de Buenos Aires em 1880. Os limites da cidade
foram ampliados para incluir as antigas cidades de Belgrano e Flores, que agora são bairros da cidade.
O setor
de maior importância na economia é o dos serviços, que representa 74% do
Produto Interno Bruto (PIB). A indústria manufatureira é o segundo, tendo
gerado em 2006 $26.454
milhões - cerca de 20% do PIB.
A cidade
é também o centro cultural de maior importância da Argentina e um dos principais
da América Latina.
A importante oferta cultural encontra-se representada na grande quantidade de museus, teatros e bibliotecas,
sendo alguns deles os mais representativos do país. Também se destaca a
atividade acadêmica, já que algumas das universidades mais importantes da
Argentina têm sua sede em Buenos Aires. Deve destacar-se que a cidade foi
eleita pela UNESCO como Cidade
do Design em 2005.
Buenos
Aires foi originalmente nomeada após o santuário de "Nostra Signora di
Bonaria" (italiano para "Nossa Senhora de Bonaria"),
em Cagliari,
na Sardenha.
Na Constituição de 1994, a cidade tornou-se autônoma, daí o seu nome formal: Ciudad Autónoma de Buenos Aires,
em Português, Cidade Autônoma de Buenos Aires.
Pessoas nascidas em Buenos Aires são chamadas de "porteños".
Etimologia
Na primeira fundação Pedro de Mendoza chamou o local de Real de Nuestra Señora Santa María del
Buen Aire para cumprir a promessa que fizera para
a Patrona dos Navegantes na Confraria dos Marinheiros de Triana e da qual ele
era membro. Em efeito, "Buen Aire" é a castelanização do nome da Virgem de Bonária,
e assim dizer, da Virgem da Candelária a quem os padres mercedários haviam levantado um santuário para os navegantes em Cagliari, na Sardenha, e que era venerada também pelos navegantes de Cádiz, na Espanha.
Por muitos anos se
lhe atribuiu o nome a Sancho del Campo, de quem Ruy Díaz de Guzmán em sua obra La Argentina manuscrita recogitou a frase: ¡Qué buenos aires son los de este
suelo!, que pronunciou ao baixar. No entanto em 1892 Eduardo Madero após realizar exaustivas investigações nos arquivos espanhóis terminaria
por concluir que o nome estava intimamente relacionado com a devoção dos
marinheiros sevilhanos por Nossa Senhora dos Bons Ares.
Na segunda fundação, Juan de Garay dá ao novo assentamento o nome de Ciudad de la
Santísima Trinidad. A razão seria que a festividade mais importante próxima aquela data
havia sido a de Trinidad, segundo alguns historiadores, é porque a nau ancorou
no dia de dita festividade. Mas para o Porto Garay conservou o nome dado por
Pedro de Mendoza, o continuou chamando Porto de Buenos Aires. No entanto os
desígnios do vizcaíno não tiveram êxito, pois apesar de que jamais fez
disposição oficial alguma que mudassem seu nome, o uso inapelavelmente
consagrou desde o primeiro momento o nome de Buenos Aires para a cidade.
Na Argentina apenas
podem referir-se a cidade com distintas denominações além de Buenos Aires. O
nome de Capital Federal ("Cap. Fed.") é um dos mais utilizados, sobre tudo para
diferenciá-la da província homônima,
em alusão a condição de distrito independente que adquiriu com a lei de
Federalização que promulgara Julio Argentino Roca.
Muitas vezes também se utiliza o termo "Cidade de Buenos Aires", ou
essencialmente "Buenos Aires", ainda que este último se presta a
confusão com a província na qual a cidade se encontra em forma de enclave.
O nome de Cidade
Autônoma de Buenos Aires ("CABA") é um dos títulos que oficialmente a Constituição da Cidade sancionada em 1996
lhe deu. Informalmente apenas denominar-se Baires, apócope da forma
original, comum dentro da cidade (especialmente entre os jovens), mas pouco
utilizado no interior do país. Poeticamente também se lhe tem atribuído
numerosos nomes, como A Paris da América Latina por sua beleza arquitetônica e seu caráter cultural, ou Cabeça de Goliat segundo uma novela de Ezequiel Martínez Estrada,
por seu tamanho e influência desproporcionada sobre o resto do país e também A Rainha do Prata.
História
A mí se me hace cuento que empezó Buenos Aires:
La juzgo tan eterna como el agua y como el aire.
La juzgo tan eterna como el agua y como el aire.
Jorge Luis Borges, "Fundación
Mítica de Buenos Aires"
A cidade foi fundada pela primeira vez em 3 de fevereiro de 1536 por Pedro de Mendoza, com o nome de Nuestra Señora del Buen Ayre. A cidade foi abandonada, arrasada pelos índios e refundada em 11 de junho de 1580 por Juan de Garay com o nome de Ciudad de la Santísima Trinidad y Puerto de Nuestra Señora del Buen Ayre.
A cidade foi fundada pela primeira vez em 3 de fevereiro de 1536 por Pedro de Mendoza, com o nome de Nuestra Señora del Buen Ayre. A cidade foi abandonada, arrasada pelos índios e refundada em 11 de junho de 1580 por Juan de Garay com o nome de Ciudad de la Santísima Trinidad y Puerto de Nuestra Señora del Buen Ayre.
Buenos Aires teve um
escasso desenvolvimento até que em 1776 foi nomeada capital do Vice-reino do Rio da
Prata. Desde esse momento começou a evoluir rapidamente devido ao
impulso comercial que a beneficiou, desenvolvendo-se não apenas economicamente,
mas também culturalmente. A chegada de ideias liberais fomentou a criação de movimentos
emancipadores, que desencadearam em 1810 a Revolução de Maio e a criação do primeiro governo pátrio.
Logo depois das
guerras civis e da reunificação do país, Buenos Aires foi eleita lugar de
residência do Governo Nacional, ainda que este carecesse de autoridade
administrativa sobre a cidade, que formava parte da província de Buenos Aires.
A necessidade do Governo Nacional de federalizá-la, somada ao movimento de
tropas ordenado pelo governador da província, Carlos Tejedor, produziu em 1880 uma série de confrontos que terminariam com a derrota da província de
Buenos Aires e a união da cidade ao sistema federal.
Em 1882, o Congresso Nacional criou a figura dos intendentes e o
Conselho Deliberante da cidade. O intendente não era eleito por voto popular e
sim designado pelo Presidente da Nação em conformidade com o Senado. O
primeiro a exercer o novo cargo foi Torcuato de Alvear,
designado em 1883 por Julio A. Roca.
A partir do final do século XIX e princípios do século XX a cidade sofreu importantes transformações. A prosperidade econômica que atravessava o país, somada às preparações para o I Centenário da Revolução que se celebraria em 1910 permitiram que a infraestrutura urbana se desenvolvesse. Isto incluiu não apenas a construção de novos edifícios, praças e monumentos, mas também uma melhoria geral nos serviços públicos que lhe permitiu contar em 1913com o primeiro metrô Iberoamericano.
A partir do final do século XIX e princípios do século XX a cidade sofreu importantes transformações. A prosperidade econômica que atravessava o país, somada às preparações para o I Centenário da Revolução que se celebraria em 1910 permitiram que a infraestrutura urbana se desenvolvesse. Isto incluiu não apenas a construção de novos edifícios, praças e monumentos, mas também uma melhoria geral nos serviços públicos que lhe permitiu contar em 1913com o primeiro metrô Iberoamericano.
Com a reforma da
Constituição argentina de 1994 a cidade pôde contar com sua própria Constituição e com um governo autônomo de eleição
direta. Em 30 de junho de 1996 celebraram-se as eleições que designariam o Chefe de Governo da Cidade,
assim como os legisladores que sancionariam a Constituição da Cidade. Nas
eleições para o Poder Executivo saiu vencedora a fórmula radical de Fernando de la Rúa, que
assim se tornava no primeiro Chefe de Governo. Com dois meses de deliberações,
a Convenção Constituinte sancionou, finalmente, em 1º de outubro de 1996 a Constituição da Cidade de Buenos Aires.
Em 2003 foi aí promulgada a união civil,[6] tanto para os casamentos homossexuais
como para os heterossexuais, tornando-se a primeira cidade na América Latina a oficializar este gênero de união.
Geografia
Localização
A Cidade
de Buenos Aires está localizada na América do Sul,
a 34° 36' de
latitude sul e 58° 26' de longitude oeste, às margens do Rio da Prata,
e seu clima é temperado.
Do outro
lado do Prata, encontra-se a Colônia do Sacramento e mais distante Montevidéu,
a capital do Uruguai,
a apenas 45 minutos de avião. A 2 horas de avião se encontra Santiago,
a capital do Chile, a 1720 km (3 horas de avião), se encontra São Paulo, no Brasil, a outra
grande metrópole da América do Sul.
Limites
O Rio da Prata e o Riachuelo são
os limites naturais da Cidade Autônoma de Buenos Aires no leste e no sul. O
resto do perímetro está rodeado pela rodovia externa da Avenida General Paz, uma rodovia de 24 km de extensão que circunda a cidade de
norte a oeste; existe um pequeno trecho de não mais de 2 km compreendido
entre a Avenida Intendente Cantilo e o Rio da Prata onde o limite com a província de Buenos Aires, em parte, é a
linha imaginária da prolongação da Av. General Paz. Outro trecho é o arroio
Raggio, este setor corresponde ao limite entre o Parque dos Filhos e o Passeio da Costa. Exceto seu
limite oriental com o Rio da Prata, todos os outros limites indicados da CABA
(Cidade Autônoma de Buenos Aires) separam sua jurisdição da correspondente província de Buenos Aires.
Relevo
A cidade
se encontra quase em sua totalidade na região pampeana, salvo
algumas zonas como a Reserva Ecológica de Buenos Aires, a
Cidade Desportiva do Club Atlético Boca Juniors, o Aeroparque Jorge Newbery, o bairro de Puerto Madero,
que se têm terras emergidas artificialmente mediante o aterro das águas do Rio da Prata.
Hidrografia
A região
estava antigamente atravessada por diferentes arroios e lagoas, alguns dos quais
foram preenchidos e outros entubados. Entre os arroios de importância estão os
Terceiros (do Sul, do Médio e do Norte), Maldonado, Vega, Medrano, Cildáñez e White. Em 1908 muitos arroios foram canalizados e
retificados, já que com as cheias causavam danos para a infraestrutura da
cidade. Foram canalizados, mas se mantinham a céu aberto, construindo-se várias
pontes para cruzá-lo. Finalmente em 1919 se dispôs sua canalização fechada, mas
os trabalhos começaram apenas em 1927, terminando alguns em
1938 e outros, como o Maldonado, em 1954.
Clima
O clima da cidade é temperado úmido. Considerando o período 1961-1990, normalmente empregado para designar as médias climáticas, a temperaturamédia é de 17,6 °C e a precipitação anual é de 1147 mm. Ao longo do século XX as temperaturas da cidade têm aumentado consideravelmente devido a ilha de calor (desenvolvimento urbano), sendo atualmente 2 °C superior ao de regiões próximas muito menos urbanizadas. Fundamentalmente as temperaturas noturnas são as que têm aumentado o que no verão apenas dificulta o descanso noturno dos portenhos. As precipitações também têm aumentado desde1973, como já ocorreu no anterior hemiciclo úmido: 1870 a 1920.
A época
em que mais chove é no verão,
quando se desenvolvem tormentas às vezes muito intensas, fazendo com
que enormes quantidades de água caiam em pouco tempo. Os verões são quentes,
com uma média em janeiro de 24,5 °C., a elevada umidade desta época torna sufocante o tempo.
Já no inverno oschuviscos são mais comuns e contínuos e os dias
sujeitos a maior nebulosidade, no entanto, não se pode dizer que haja uma
estação de chuvas. Os invernos são suaves, com uma temperatura média em julho
de 11 °C. Raramente ocorre temperaturas inferiores a 0 °C ou superiores a 36 °C. Os nevoeiros,
outra característica de Buenos Aires, tem-se tornado raro e quando ocorrem é
por curtos períodos do ano.
Nevascas
As nevadas na cidade não são habituais. A última nevada
importante teve
oportunidade em 9 de julho de 2007, esta começou em
forma de aguaneve e terminou cobrindo grande parte da cidade. Nas zonas
suburbanas a mesma chegou a ter uma espessura muito maior. Ocorreu em
consequência de um grande vento polar que afetou a Argentina e o Chile.[7]
Desde que
se tem obtido registros sistemáticos do clima, no ano 1870, só se sabe de outra nevada
considerável em 1918. Em 1912, 1928 e 1967 houve queda de aguaneve.
Ventos
A Cidade
de Buenos Aires recebe a influência de dois tipos de ventos sazonais: o pampeiro e
a sudestada. O primeiro provém do sudoeste,
só inicia-se com uma tormenta curta que rapidamente da frente a um ar muito
mais frio e seco. Ainda que possa dar-se em
qualquer época do ano, se tem com maior intensidade no verão; se o espera
quando refresca logo após um calor sufocante. A sudestada, mais infrequente que
o anterior, ocorre principalmente no outonoe na primavera.
Consiste em um vento forte do sudeste,
fresco e muito úmido, que dura vários dias e por muitas vezes acompanhado de
precipitações débeis e constantes. O vento contínuo faz subir as águas do Rio da Prata,
chegando às vezes a produzir inundações nas zonas mais baixas da cidade, como
o bairro deLa Boca.
Demografia
No último
censo nacional realizado em novembro de 2001 pelo INDEC, na Cidade de Buenos
Aires contabilizou 2.776.138 habitantes dos quais 54,7% pertencem ao sexo feminino e 45,3% ao sexo masculino.
Mesmo com a relativamente pequena população urbana, a cidade conta com uma importante
densidade demográfica que ascende a 13.679,6/km².
No
entanto, uma informação posterior publicada por este organismo, destinado a
corrigir os erros cometidos no censo estabelecia que a população da cidade era
de 2.995.805 habitantes no mesmo período. A projeção do INDEC em 30 de junho de 2009 é de 3.050.728 habitantes.
A inícios
do século XXI,
devido ao envelhecimento (por escassa fecundidade dos estratos de classe média)
da população nativa portenha, a emigração ao estrangeiro e a substituição
demográfica em grande medida provocada pelas crise econômicas, cerca de
40% dos portenhos não nasceram nem na cidade nem nos partidos do Grande Buenos Aires, sinal que se trata de
população que migrou desde as províncias do norte argentino e de outros países
(se calcula que 316 739 de seus habitantes, nasceram no estrangeiro).[8] Segundo a Direção Geral de Estadística e
Censos (pertencente ao
Governo da C.A.B.A.), em2008 a taxa global de fecundidade foi de 1,94 filhos por mulher (por
debaixo do nível de superação geracional de 2,1 filhos por mulher).
Problemas
urbanos
As villas misérias (conhecidas como favelas em português)
existem desde o século XIX, alimentadas tanto pelo êxodo rural como por uma
grande quantidade de imigrantes europeus. Apesar dos esforços dos diferentes
governos para a sua erradicação, o problema persiste com grande esforço, devido
à emigração do campo para cidade em busca de fontes de trabalho.
Historicamente, as moradias precárias em Buenos Aires têm surgido a par dos conventillos e, mais recentemente, junto ao fenômeno
das casas tomadas.
A zona
norte da cidade (tomando como divisão do norte-sul para a Avenida Rivadavia)
é rica e próspera, com vários hospitais, serviços e grande densidade populacional. Mas o norte contrasta
com a desprovida zona sul, próxima do poluído Riachuelo (um
dos rios mais contaminados do mundo), formada majoritariamente por bairros mais
humildes. Nesta zona sul se fortalece a maioria das villas misérias nas que o uso do solo é indiscriminado
e se interrompe a trama urbana. No entanto, também em várias zonas do centro da
cidade existem assentamentos precários, como o caso da Villa 31 nas imediações do bairro do Retiro.
O
problema da insalubridade em muitos dos assentamentos informais é patente, e o problema sanitário
tem-se agravado com a contaminação cada vez maior do Rio da Prata, sendo
considerado como o terceiro rio mais contaminado do mundo. Um fator decisivo no progressivo
aumento dos assentamentos informais tem sido a recente crise econômica do país,
que tem feito crescer a desigualdade no ingresso, apesar do crescimento
econômico dos últimos anos.
Governo e
administração
O Poder Executivo da cidade é composto pelo Chefe de Governo,
que é eleito mediante o voto dos cidadãos locais para exercer o cargo durante
quatro anos. Seu substituto natural é o Vice-chefe de Governo, que é além do
presidente da Legislatura da Cidade de Buenos Aires.
O Chefe de Governo da Cidade é Mauricio Macri desde em 10 de dezembro de 2007. Obteve o cargo ao
impor-se nas eleições em 24 de junho de 2007 em um segundo turno com Daniel Filmus, logo após a rodada inicial
em 3 de junho do mesmo ano onde se apresentou além do saliente Chefe de Governo Jorge Telerman. A vice-chefe eleita era Gabriela Michetti que renunciou em 9 de abril de 2009
para ser primeira candidata a Deputada Nacional pela Cidade de Buenos Aires.
O Poder Legislativo é formado pela Legislatura da Cidade de Buenos Aires,
integrada por sessenta deputados. Cada deputado dura quatro anos em suas
funções, e a legislatura se renova por metades a cada dois anos mediante o voto
direto no acumulativo na base da Lei ou ao Método D'Hondt.
De acordo
com a Lei 24.588, a Justiça da
cidade apenas tem jurisdição em temas de bairro, contravencional e de faltas,
contencioso-administrativa e tributária locais. O Poder Judicial se encontra formado pelo Tribunal
Superior de Justiça, o Conselho da Magistratura, o Ministério Público e os
diferentes Tribunais da Cidade. No entanto, sua organização em termos de
autonomia legislativa e judicial, é menor em términos jurídicos que a de
qualquer das províncias que compõem a República Argentina. A Justiça em
assuntos de direito comum que se em parte na cidade está regida pelo Poder
Judicial da Nação.
Em quanto
as forças de segurança, a Lei Nº 24.588 indica que o governo portenho exerce as
funções de segurança em todas as matérias não federais, as quais são exercidas pela Polícia Federal Argentina, a cargo do
Poder Executivo nacional. Para estas tarefas foi criada no mês de outubro de
2008 a Polícia
Metropolitana de Buenos Aires, que começou a exercer suas funções em
fevereiro de 2010.[15] A Polícia Metropolitana comparte as
funções de polícia de segurança com a Polícia Federal Argentina e na zona portuária, com a Prefeitura Naval Argentina.
Existe em
Buenos Aires una forma de descentralização administrativa composta pelos Centros de Gestão e Participação
Comunal, que serão substituídos a partir de 2009 por um novo sistema de comunas. Cada comuna terá
seu próprio patrimônio e pressuposto, e estará governada por uma Junta Comunal. Esta Junta
estará integrada por sete membros, que duraram quatro anos em suas funções.
Subdivisões
Oficialmente
a cidade se encontra dividida em 48 bairros ou unidades territoriais que
derivam das antigas paróquias estabelecidas no século XIX.
Ainda que se fale de 100 bairros portenhos,
esta expressão tem origem em uma canção popular e não na quantidade real de
bairros. Cada bairro tem sua própria história e características populacionais
que lhe imprimem cor, estilo e costumes únicos; e são um reflexo da variedade
cultural que atua na cidade. Algumas destas unidades territoriais existem desde
décadas, no entanto existem outras que foram determinadas recentemente. Este é
o caso de Parque Chas, cujos limites foram
estabelecidos em 25 de janeiro de 2006 quando foi publicada no Boletim
Oficial a Lei 1.907. No entanto, sempre existiu uma grande quantidade de
denominações não oficiais para algumas zonas da cidade, como Bairro Parque e Abasto, quantidade
que na atualidade se encontra em aumento devido a motivos puramente comerciais.
Os
bairros do norte e noroeste têm-se convertido no centro da riqueza, com lojas
exclusivas e várias áreas residenciais
da classe alta como Recoleta,Palermo, Belgrano assim
como também Puerto Madero,
localizado ao sul da cidade. Em outro bairro do sul como Barracas, emerge una população de classe média
e média alta graças ao auge imobiliário na zona. Excetuando estes dois últimos
bairros, a zona sul é a que ostenta os menores indicadores socioeconômicos da
cidade. O sistema de descentralização de governo por comunas, retomará os
limites inter-bairros, já que haverá uma comuna por cada bairro ou bairros
vizinhos.
Economia
Em 2008 o Produto Interno Bruto (PIB) da cidade de Buenos Aires foi de
aproximadamente US$90 bilhões (quase 350
bilhões de pesos argentinos),
sendo responsável por cerca de 43% do PIB total da Argentina naquele ano. Esse valor
resulta em 40,4 mil pesos argentinos per capita, muito superior ao nacional (de 18,8 mil pesos argentinos em 2008)
verificado no mesmo ano e fica para a cidade a terceira cidade
com maior renda per capita da América Latina,
depois da Cidade do México e de Brasília.
Isto, devido ao tipo de câmbio relativamente desvalorizado do peso argentino,
apresenta importantes distorções, já que, tendo o poder aquisitivo em conta,
Buenos Aires conta com o segundo maior produto per capita na região sul-americana. O PIB nominal da cidade cresceu em 2006 cerca de 11,4% a respeito de 2005.
O setor
mais importante para a economia da cidade é o de serviços,
responsáveis por cerca de 78% do PIB de Buenos Aires (muito maior aos 56% em
nível nacional). Os ramos mais importantes são os relacionados aos serviços comerciais, imobiliários, profissionais, empresariais e
financeiros.
Nos
últimos anos, um dos setores que mais veem se destacando na economia da cidade
é o relacionado a construção civil, já que a quantidade de
permissões para construir concedidas pelo governo local aumentou cerca de 44%
entre 2002 e 2008, principalmente na periferia e nas áreas mais valorizadas da
cidade, como em Puerto Madero.
A influência do setor no PIB alcançou os US$7,4 bilhões em 2008.
Em quanto
aos serviços financeiros, Buenos Aires gera 70% do valor agregado da nação. Concentra 53% dos depósitos bancários
e 60% dos empréstimos ao setor privado não financeiro, que ascendem a 90,4 e
53,5 milhões de pesos, respectivamente. Além de 90% das entidades financeiras
do país terem sua sede na capital argentina. A cidade também figura como a
metrópole, fora do Brasil, que mais
presta serviços financeiros na América do Sul.
A
indústria manufatureira representou 14,2% do PIB em 2008. O sector sofreu um
aumento de 10% a respeito do ano anterior, e os setores que registraram um
maior aumento da produtividade foram os de medicamentos, produtos químicos e
vestuários, que somaram 14% do PIB industrial da cidade. Além destes, os
produtos relacionados a indústria alimentícia, a informática e ao
papel/celulose, concentram 60% do PIB industrial da cidade (2008), que
representou, nesse mesmo ano, 21,5% do
PIB total da cidade.
Nos
últimos anos a cidade se converteu em um polo turístico, em especial pela baixa
de custos que produziu para os visitantes estrangeiros e a constante
desvalorização do peso.
Entre 2002 e 2004a quantidade de
estabelecimentos hoteleiros aumentou em 10,7%, porém a taxa de habitações
ocupadas teve um importante aumento, de 42,9%, no mesmo período.
Na cidade
existe um importante desenvolvimento do setor de serviços relacionados a informática,
e a alta-tecnologia.
Na cidade de Buenos Aires se encontram instaladas, aproximadamente, 70% das empresas
geradoras de software da Argentina, que a nível nacional
exportou por mais de US$3,9 bilhões líquidos relacionados ao setor, em
2008.
Turismo
A cidade conta com o Aeroporto Internacional de Ezeiza (situado a 35 quilômetros da cidade) e com um aeroporto doméstico, o Aeroparque Jorge Newbery. É servida pelo terminal rodoviário de Retiro, de onde partem e chegam linhas de ônibus (autocarros) para todas as regiões do país e para cidades do Chile,Peru, Bolívia, Paraguai, Uruguai e Brasil. Conta ainda com ferry-boats que a conectam com as cidades de Colônia do Sacramento e Montevidéu, no vizinho Uruguai.
Fica a 1630
quilômetros ao norte de outro importante destino turístico argentino, a cidade
de Bariloche.
Os shows de tango são um dos principais atrativos da cidade, até porque
constituem uma das características mais afamadas da cultura argentina. São
muitas as casas de espetáculos que apresentam shows variados de dança e música,
muito procurados por quem faz turismo na cidade.
Locais de interesse
Os
lugares turísticos mais importantes se encontram no Centro Histórico da Cidade,
setor formado praticamente pelos bairros de Monserrat e San Telmo.
A cidade começou a se construir ao redor da Praça Maior, hoje Plaza de Mayo (Praça de Maio), onde as instituições
administrativas da Colônia estavam instaladas.
A leste
da Praça pode-se observar a Casa Rosada,
atual sede do Poder Executivo da Argentina, onde, antigamente, se encontrava o
Forte. Ao norte da Praça se encontra a Catedral Metropolitana,
que ocupa o mesmo lugar desde os tempos coloniais, e o edifício do Banco de la Nación Argentina, cuja parcela
era, na sua origem, propriedade de Juan de Garay.
Outra importante instituição colonial, o Cabildo, está localizado a oeste e não se
conserva em sua forma original já que parte de sua estrutura foi demolida para
a abertura da Avenida de Maio e a diagonal Julio A. Roca. Ao sul se
observa o edifício do antigo Congresso da Nação, onde atualmente funciona a
Academia Nacional da História. E por último, a noroeste pode observar-se a
Chefatura de Governo da Cidade, avançando até a Avenida de Maio.
A Avenida
de Maio é considerada o Eixo
Cívico, já que une a Casa Rosada com o Palácio do Congresso,
sedes do Poder Executivo e do Poder Legislativo, respectivamente. Por esta
avenida podem ser observados alguns edifícios de grande interesse cultural,
arquitetônico e histórico: se encontram instalados a Casa da Cultura,
o Palácio Barolo e o Café Tortoni,
entre outros. Abaixo desta avenida corre a Linha A do metrô de Buenos Aires que, ao ser inaugurado em 1913, se converteu no
primeiro da Ibero-América.
Ao chegar ao final da artéria pode-se observar um conjunto de praças, decoradas com
vários monumentos e esculturas, entre as quais se encontra uma cópia assinada
de O Pensador de Rodin. Nas cercanias
destas praças se encontram o Palácio do Congresso e o edifício da Confeitaria El Molino.
No Centro
Histórico pode-se visitar, além disso, a Manzana de las Luces. Ali
se encontram alojados vários edifícios com grande valor histórico, como a
Igreja Santo Inácio e a sede do Colégio Nacional
Buenos Aires. Pode-se ainda observar os túneis ocultos que corriam a
cidade durante a época colonial ou o edifício onde funcionou o Conselho
Deliberante, de 1894 a 1931.
Na área
de San Telmo pode-se visitar a Praça Dorrego, onde todos os domingos se
instala a famosa Feira de Antiguidades, junto, aliás, de vários
estabelecimentos de antiquários. Encontra-se aí, também, um complexo jesuíta formado
pela igreja de Nossa Senhora de Belém, a Paróquia de São Pedro Telmo e o Museu
Penitenciário "Antonio Ballve". O Museu Histórico Nacional e o Parque Lezama, onde foram alojadas várias
esculturas e monumentos situam-se também na mesma área.
No bairro
de Recoleta se encontra uma grande quantidade de
pontos turísticos de grande valor cultural. Ali se pode encontrar a sede
principal do Museu Nacional de Belas Artes,
a Biblioteca
Nacional, o Centro Cultural Recoleta,
a Faculdade de Direito da Universidade de Buenos Aires, a Basílica
Nossa Senhora de Pilar, o Palais de Glace,
o Bar La Biela e o Cemitério da Recoleta, onde se encontram
alojados os restos de Eva Duarte de Perón.
No bairro
de Retiro pode-se
visitar a estação do
mesmo nome, e percorrer vários monumentos e edifícios emblemáticos da cidade,
como os monumentos aos Caídos na Guerra
das Malvinas ao General San Martín,
assim como a Torre Monumental e o Edifício Kavanagh, um dos
mais altos da cidade.
O Museu de Arte Latino-americano de
Buenos Aires, um dos mais importantes do país, se encontra no bairro
de Palermo, onde também se situam os Bosques de Palermo, o Planetário, e o Zoológico de Buenos Aires.
Outro
ponto turístico de importância, dado o seu relevo cultural é a Avenida Corrientes. Nela está instalada uma
grande quantidade de teatros, incluindo o Teatro San Martín, além de
outros locais de interesse, como o Passeio La Plaza e o Estádio Luna Park.
Na intersecção desta avenida com a Avenida 9 de Julio se encontra o Obelisco, um emblema da Cidade de Buenos Aires.
Também foi instalado nesta avenida o Mercado de
Abastecimento, que na atualidade foi convertido em um centro comercial.
Uma das
torres que se destacam na cidade de Buenos Aires é a Torre Espacial, de 220 metros (o edifício
mais alto da Cidade), encravada na zona sul da cidade, dentro do Parque de
Diversões da Cidade de Buenos Aires e
construído no ano 1980.
Próximo
do centro da cidade se encontra o colorido bairro de La Boca,
que constitui um emblema dos imigrantes. É um dos mais visitados pelo turismo,
ainda que careça da segurança e infraestrutura como outros bairros importantes.
Entre seus principais atrativos se encontra o passeio Caminito,
todo o legado de Quinquela Martín no centro da Volta de Rocha, seus artistas plásticos,
seus museus, seus teatros, a casa do Club Atlético Boca Juniors "La Bombonera". Sua avenida e passeio
portuário, a antiga ponte balsa de princípios de século XX, suas típicas
construções de conventillos.
Na
atualidade, Buenos Aires se converteu no atrativo turístico da comunidade
homossexual mais
importante da América Latina.
Hotelaria
A Cidade
de Buenos Aires oferece mais de 200 possibilidades de alojamento que
representam 36 000 praças disponíveis. Existem
17 hotéis cinco estrelas, 53 hotéis quatro
estrelas, 42 hotéis três estrelas e 64 estabelecimentos de duas e uma estrela,
e também 27 apart-hotéis. Estes hotéis se encontram instalados em sua maioria
na zona central da cidade, com fácil
acesso aos principais pontos turísticos.
Também
existem muitas hospedagens e alojamentos alternativos, para quem busca algo
mais econômico. Estes estabelecimentos geralmente estão situados em bairros
mais distantes, mas o sistema de transporte permite o traslado de uma forma
fácil e econômica.
Como a
cidade é um polo universitário,
existe uma grande quantidade de albergues juvenis e residências universitárias
com custos acessíveis para os estudantes, provenientes tanto do interior do
país como dos países limítrofes.
Infraestrutura
A Cidade
de Buenos Aires conta com o menor índice de analfabetismo da República Argentina, sendo de 0,45% entre os
maiores de 10 anos.
Segunda
uma pesquisa realizada pela Direção General de Estatística e Censos em 2006, a taxa de escolaridade por nível é de
96,5% para o nível inicial (5 anos) é de 98,6% para o nível primário (6 a 12
anos) e de 87,0% para o nível médio (13 a 17 anos). Além da quantidade de
alunos matriculados se mantém um aumento, alcançando os 656.571 alunos em 2.318
estabelecimentos durante2006.
A Cidade de
Buenos Aires conta com uma grande quantidade de estabelecimentos educativos.
Salvo no caso das escolas primárias onde há mais estabelecimentos estatais,[33] é maior o número de estabelecimentos
privados. No entanto a quantidade de alunos matriculados em estabelecimentos
educativos de gestão privada é levemente menor registrada nas instituições
estatais.
A Cidade
de Buenos Aires recebe também a estudantes que vivem na Província de Buenos Aires, durante 2005 a porcentagem de alunos com residência
nessa província que assistiram a escolas estatais foi de 4,5% no nível inicial,
de 11,8% no nível primário, de 19,5% no nível médio.
A
educação inicial corresponde ao período entre os 45 dias e os 5 anos. Os
Jardins Maternais se encarregam da educação de menores entre os 45 dias e os 2
ou 3 anos, segundo o estabelecimento. As chamadas Escolas Infantis abrigam o
período completo, entre os 45 dias e os 5 anos.
A
educação primária abarca desde os 6 aos 12 anos do menor, e é obrigatória em
toda a República Argentina. Em todas se ensina um
segundo idioma, nas de gestão oficial apenas desde o 4º grau (inglês nas
instituições de jornada simples; e inglês, francês ou italiano nas de jornada
completa), ainda que na cidade funcionem 22 estabelecimentos plurilíngues, onde
além do castelhano se ensina inglês, francês, português ou italiano.
A
educação media está destinada aos menores de entre 13 e 18 anos de idade, pode
alcançar os 19 anos em algumas modalidades, e está organizada em um ciclo
básico que inclui os 3 primeiros anos, e um ciclo de especialização que inclui
o período restante (até os 19 apenas nas escolas técnicas). A diferença de
muitas províncias, a Cidade de Buenos Aires manteve suas escolas técnicas, e
mediante a Lei 898 se dispôs que
o nível médio de educação é obrigatório.
Além das
diferentes modalidades de educação terciária, a cidade é sede de algumas das
Universidades mais importantes do país. Ali se encontram a maioria das sedes da Universidade de Buenos Aires, uma das mais
importantes de América Latina. Também se encontram as principais
sedes da Universidade Tecnológica Nacional, e estão
instaladas algumas sedes da Universidade
Nacional de General San Martín. Há alguns terciários dependentes da
cidade e alguns professorados como o Instituto Superior
do Professorado "Dr. Joaquín V. González". A cidade também
é sede de muitas universidades privadas, entre as que se encontram:
Saúde
O sistema
público de saúde da cidade brinda cobertura 21,9% da população, em base a uma
encosta realizada pelo governo portenho. A Cidade de Buenos Aires conta com 34
estabelecimentos hospitalares com atenção totalmente gratuita, que funcionam
dentro do sistema de saúde estatal. Cerca de 90% das consultas realizadas no
sistema público de saúde são realizadas em alguns desses estabelecimentos. Das
consultas realizadas nos hospitais 55,6% corresponde a população residente na
cidade, porém cerca de 40% correspondem a residentes da Província de Buenos
Aires e um 3,2% a residentes de outras localidades.
A Cidade
de Buenos Aires conta com 34 estabelecimentos hospitalares com atendimento totalmente
gratuito, que funcionam dentro do sistema de saúde estatal. Mas a cidade conta
também com um sistema de atendimento primário que se ocupa do atendimento de
80% dos casos, para distribuir o uso das instalações hospitalares e para que
sejam utilizadas apenas nos casos de maior complexidade. Isto se deve
principalmente ao fato da infraestrutura hospitalar da cidade se encontrar
bastante deteriorada, não apenas pela falta de equipamentos, mas também pela
grande quantidade de casos provenientes da Grande Buenos Aires, que somados aos da cidade
sobrecarregam o serviço.
Este
sistema de atendimento primário é constituído pelos Centros de Saúde, os Centros Médicos de Bairro e os "Médicos de Cabecera"
(médico de família). Os Centros de Saúde são integrados, entre outros, por
médicos clínicos, pediatras, psicólogos e assistentes sociais, já que sua
função não é apenas o atendimento, mas também a execução dos diferentes programas
de prevenção. Os Centros Médicos de Bairro (CMB) cumprem a mesma função de
prevenção e atendimento, mas este atendimento e entrega de medicamentos
gratuitos está orientada para sectores considerados de risco. A instituição dos
"Médicos de Cabecera" constitui outro sistema de descentralização,
onde os médicos dos hospitais fazem atendimento e entrega gratuita de
medicamentos em seus consultórios particulares.
A cidade
conta também com uma grande quantidade de clínicas e consultórios privados,
onde se destacam, mas não só, o Hospital Italiano(lugar onde se
realizam muitos dos transplantes de órgãos na Argentina),
a Clínica y Maternidad Suizo
Argentina e a Clínica Favaloro.
A
metrópole tem ostentado baixas taxas de natalidade nas últimas décadas
comparada com outras jurisdições do país. Em 2008 se registraram 45.820 nascimentos
dando uma taxa de natalidade de 15,1%. As disfunções foram 32.074,
com uma elevada taxa de mortalidade de 10,5% (produto de uma estrutura populacional envelhecida). Como resultado
se vislumbra um baixíssimo crescimento vegetativo de 4,6‰ (0,46%) similar ao que se
observa em países europeus.
Mortalidade infantil
A
mortalidade infantil é um indicador que reflete indiretamente as condições
sócio-econômicas de uma sociedade, sobretudo pelo seu impacto nos setores mais
desprotegidos. A Cidade de Buenos Aires tem uma das taxas mais baixas do país
(8,5 por mil), apenas superada pelaprovíncia da Terra do Fogo que gira em torno de quatro por mil.
No
período 1990 - 2004 a taxa de mortalidade infantil sofreu
uma baixa de 47%. Enquanto que em 1990 a taxa era de 16 por mil, em 2004 foi reduzida para 8,5 por mil. Mas
existe na cidade uma disparidade muito grande entre o sul e o norte: enquanto
que nos Centro de Gestão e Participação (CGP) da zona norte (2n, 14e, 14o, 13
e 12) a taxa é de 6,86 por mil, nos CGP da zona sul (3, 4, 5 e 8) a taxa
ascende a 14 por mil.
Arquitetura e urbanismo
A Cidade
de Buenos Aires evolucionou a partir de diversas correntes imigratórias
pertencentes a diferentes culturas e, em consequência, tem criado um remarcado
ecletismo que se evidência em sua arquitetura, na qual podem falar-se
expressões que vão do frio academicismo ou art déco,
até o alegreart nouveau; do neogótico moderno, passando pelo francês
borbônico, ao arranha-céu moderno realizado em vidro ou concreto. Os estilos
muito pessoais, como por exemplo, o do colorido bairro de La Boca.
A cidade
se encontra sobre um bom suporte geográfico: seu território é extenso e plano,
não sofrendo complicações de temperaturas extremas, ventos, nevadas ou
terremotos. Possui uma boa fonte de água doce, como o Rio da Prata.
O traçado
da cidade é muito regular. O centro histórico e financeiro da cidade possui
quadras perfeitamente quadradas, estendidas de norte a sul e de leste a oeste,
tal como seu fundador Garay as estabelecera. Este traçado de ruas
perpendiculares (o chamado "damero") se estendeu em grande parte para
o resto da cidade.
A
metrópole é fértil em áreas de qualidade urbanística e arquitetônica. Possui
várias praças públicas, com destaque para os parques: Bosques de Palermo (ou Parque Tres de Febrero), o Almirante Brown e os da Reserva Ecológica de Buenos Aires (Andrés Borthagaray e Manuel Ludueña).
Uma
característica da cidade é a diversidade de árvores e de cores das flores
destas. Em grande parte disto é consequência da tarefa de Carlos Thays,
paisagista francês, criador entre outras coisas do Jardim Botânico de Buenos Aires, que
implantou árvores como as tipas,
os jacarandás e as tabebuias.
Outras
características destacadas são os coroamentos em cúpulas, torres e mansardas que possuem os edifícios. Em princípio
foram o resultado da influência europeia na arquitetura portenha, sobre tudo,
pelo trabalho realizado por arquitetos franceses, italianos e alemães, que
desenharam os edifícios entre fins do século XIX e princípios do XX, como uma
substituição da arquitetura colonial. A princípio era um elemento arquitetônico
simbólico. Mas logo se elegeram como símbolo da suntuosidade da burguesia
argentina que detinha o poder nacional. Talvez a principal característica das
mesmas é a variedade: há com forma de meia laranja, de pinha, aceboladas e
muitas outras.
A área
central da metrópole é muito congestionada pelo tráfego de veículos,
além de ser muito desabitada fora dos dias laborais, o que além de produzir
insegurança, torna-se cara por haver muitas edificações comerciais, usadas
apenas em períodos úteis ou de trabalho.
Transportes
A
complexidade da Cidade de Buenos Aires requer um sistema de transporte e de
acessos à cidade igualmente complexo e extenso. A cidade não apenas necessita
de um sistema de transporte para quem habita nela, como também para os
habitantes do aglomerado que se transportam à cidade principalmente por motivos
de trabalho.
A cidade
conta com quatro acessos por rodovia, que se somam à grande quantidade de
acessos existentes, como as pontes ou avenidas que cruzam a Avenida General
Paz. Os acessos por estrada são a Rodovia Buenos
Aires - La Plata, a Rodovia Ricchieri, o Acesso Oeste e o Acesso Norte. Estas
rodovias permitem um acesso rápido a partir da província de Buenos Aires, ao contrário do
resto dos acessos, onde o trânsito tende a ser pouco fluido a partir do final
do horário comercial.
O meio de
transporte de maior uso é o coletivo (ônibus),
já que, com mais de 180 linhas,
permite não só conectar diferentes pontos da cidade, mas também, alcançar
diferentes partidos da província de Buenos Aires. O outro meio massivo
utilizado para acessar a cidade é a rede ferroviária, já que todas as linhas
férreas do país confluem em Buenos Aires. Algumas destas linhas têm conexão com
o metrô, o que permite um traslado relativamente fluido a partir da região
metropolitana bonaerense até diferentes zonas da cidade. Os trens também são
usados pelos portenhos como meio de deslocamento rápido dentro da cidade.
O Metropolitano de Buenos Aires conta com seis linhas em
funcionamento, com um percurso superior aos 40 km. Além de, se encontrar
em construção o segundo trecho da linha H,
que atualmente conecta os bairros de Parque Patricios e Balvanera sob o traçado da Av. Jujuy, e finalmente unirá o sul da
cidade desde Nueva Pompeya com a estação ferroviária do Retiro. Também estão estendendo-se a linha A até Flores e
a Linha B desde seu término atual na estação Los
Incas até Villa Urquiza.
Está planejada a construção de outros três ramais (F, G e I), com
os que as linhas em funcionamento chegariam a nove. A Linha A foi inaugurada em 1913é também uma atração
turística, por haver sido a primeira linha de subterrâneo do hemisfério sul (e
da América Latina) e por conservar os trens que se utilizavam a princípios do século XX.
O porto de Buenos Aires é o maior do país, e foi tradicionalmente a principal
entrada marítima de Argentina. Atualmente maneja 70% das importações argentinas
e concentra cerca de 40% do total do comercio exterior do país.
A Cidade
e o Grande Buenos Aires tem dois aeroportos comerciais, três
militares e um privado. Os dos comerciais são o Aeroporto Internacional Ministro
Pistarini, no partido de Ezeiza,
a 35 quilômetros da cidade, e o Aeroparque Jorge Newbery no bairro de Palermo. Desde o aeroporto de Ezeiza há voos
para toda América do Sul, América do Norte, Europa, África, Ásia e Oceania.
É o único da América Latina que conta com voos que chegam aos 5 continentes. Em
2009 passaram por ali quase 8 milhões de passageiros. Desde o Aeroporto Jorge
Newbery (chamado comumente Aeroparque), há voos domésticos unicamente, com a
exceção dos voos para Montevidéu e Assunção.
As duas
maiores linhas aéreas são Aerolíneas Argentinas e LAN Argentina.
A primeira tem 35 destinos nacionais e 18 internacionais, porém a segunda tem
oito destinos nacionais e três internacionais. Voar é a melhor forma de
percorrer o país e de entrar ou sair da Cidade de Buenos Aires. Os códigos aeroportuários IATA dos aeroportos são EZE (Aeroporto
Internacional) e AEP (Aeroporto Doméstico).
Serviços públicos
O serviço
de água corrente e esgotos foram administrados desde 1993 pela empresa Águas Argentinas, até 2006, quando sua concessão
foi rescindida. O serviço é administrado através de duas estações de tratamento: a
Estação General San Martín e a Estação General Belgrano. A Estação de
Tratamento General San Martín, inaugurada em 1913, se encontra
localizada no bairro de Palermo, contando com uma superfície de 28,5 hectares e uma produção de 3 100 000 m³ de água
diários. A Estação de Tratamento General Belgrano se encontra na província de Buenos Aires, na localidade
de Bernal.
Foi inaugurada em 1974 e conta com uma superfície de 36 hectares
e uma produção de 1 700 000 m³ diários. Atualmente, se espera a criação, por
parte do Poder Executivo Nacional, da nova empresa de serviços de domínio
estatal, que se chamaria Aguas y
Saneamiento Argentinos (AYSA).
O serviço
de gás natural é administrado pela MetroGAS desde dezembro de 1992. Durante 2004 foram distribuídos um total de 4 468
328 m³ de gás, sendo 1 201 756 m³ para usuários residenciais, 371 575 m³ para
Gás Natural Comprimido, 243 024 m³ para usuários comerciais, 120 119 m³ para
indústrias, 2 484 045 m³ para usinas elétricas e 47 809 m³ para as entidades
oficiais.
O serviço
elétrico se encontra a cargo de duas empresas: Edesur e Edenor. A área de cobertura da Edenor se
encontra delimitada por: Dársena "D", rua sem nome, atrás da futura
Rodovia Costeira, prolongação Avenida Pueyrredón, Avenida Córdoba, vias da
Ferrovia San Martín, Avenida General San Martín, Zamudio, Tinogasta, Avenida
General San Martín, Avenida General Paz e o Rio da Prata; enquanto que a Edesur
se encarrega do serviço no resto da cidade. Segundo estimativas de 2004, a cidade gerou 14
783 018 MWh,
consumindo apenas 9 689 504.
O serviço
de telefones fixos é de responsabilidade da Telecom Argentina e Telefônica de Argentina.
Estas empresas são as encarregadas de levar o serviço desde a privatização de ENTel, em 1990.
O serviço
de coleta de resíduos se encontra organizado em seis zonas de coleta, nas quais
o serviço é prestado por uma empresa diferente. Na Zona 1 (que inclui os CGP 1, 2S, 2N e 3) o serviço é
administrado pela empresa Cliba,
na Zona 2 (que inclui os CGP 13, 14O e 14E) é administrado pela
empresa AESA Bs As, na
Zona 3 (que inclui os CGP 4, 5 e 6) o serviço é administrado pela empresa UBASUR, na Zona 4 (que inclui
os CGP 7 e 10) o serviço é administrado pela empresa Níttida, na Zona 5 (que inclui
os CGP 8 e 9) é administrado pela empresa EHU e na Zona 6 (que inclui os CGP 11 e
12) é administrado pela empresa INTEGRA.
Seus
habitantes contam com um elevado acesso aos serviços públicos: 99,9% conta com
rede de água, a mesma quantidade conta com rede de eletricidade, 92,8% conta
com rede de gás, 99,6% com iluminação pública, 99,3% com coleta de resíduos e
89,7% dos lares tem telefone. Estas cifras diminuem para a população residente
em vilas, se bem que a totalidade de seus habitantes recebe água corrente
(incluindo a torneira pública), 99,5% dispõe de energia elétrica, 93,1% de
iluminação pública, 87,8 de coleta de resíduos e apenas 1,3% de gás corrente.
Cultura
Buenos
Aires é a cidade de maior importância cultural do país e uma das principais na América Latina.
A cidade tem um espectro cultural muito amplo devido à diversidade de quem a
habitou ao longo de sua história. Um exemplo disso é um argot, o lunfardo,
que se desenvolveu a partir de meados do século XIX nas zonas pobres de Buenos Aires, Rosário e Montevidéu.
Este tipo específico de linguagem acusa influências idiomáticas provenientes da Itália, França,Galiza e Portugal,
assim como da população negra e crioula local. O lunfardo ficou imortalizado em
letras de música popular, particularmente no tango. A gastronomia portenha
também se destaca por sua diversidade, ainda que o denominador comum seja o
emprego de carnes e a influência da culinária italiana, muito difundida pelas
correntes migratórias que aqui afluíam em princípios do século XX.
Outra
manifestação cultural própria do portenho é o fileteado,
arte decorativa e popular, nascida nas primeiras décadas do século XX. Apenas apresenta-se
em contextos empareados com o tango, o desenho e a publicidade. Flores,
volutas, folhas de acanto, cintas argentinas, se combinam com personagens
populares mediante a cores e muito vivos e através do contraste se da ideia do
volume. Os textos também formam parte da composição do fileteado, com frases
acunhadas pela sabedoria popular. No ano 2006 a legislatura portenha declarou o
fileteado como Patrimônio
Cultural da Cidade de Buenos
Aires a partir da sanção da lei de 1941.
O elevado
nível cultural da cidade pode ser apreciado através da sua grande quantidade de museus, teatros e
bibliotecas. A Avenida Corrientes, em cujos cafés e bares
tradicionais se desenvolveu o tango, em princípios e
meados do século XX,
é a artéria onde se encontram alguns dos teatros de maior importância. Buenos
Aires conta com uma oferta diversa de artes de palco, dependendo muitos dos
teatros de maior relevância diretamente do Governo da cidade: o Teatro Colón,
o Teatro General San Martín,
o Teatro Alvear, o Teatro Regio, o Teatro Sarmiento e o Teatro de la Ribera, entre
outros. Atividade teatral que se estende, pelos vários bairros da cidade, com as
companhias independentes, como o Teatro Nacional Cervantes,
o Centro Cultural Recoleta,
o Centro Cultural General San Martín, o Teatro Maipo, entre outros.
O Governo da cidade administra dez museus que abarcam diferentes temáticas:
desde as artes plásticas (Museu de Artes Plásticas
Eduardo Sívori) até à história (Museu Histórico de
Buenos Aires Cornelio de Saavedra), passando pelo cinema (Museu do Cinema
Pablo Ducrós Hicken). Também existem muitos museus mantidos pelo
Governo Nacional (como o Museu Nacional de Artes Decorativas e o Museu da Casa
Rosada) ou por fundações (como o Museu de Arte Latino-americano de
Buenos Aires).
A cidade
dinamiza ainda 26 bibliotecas públicas que contam com mais de três centenas de
milhar de exemplares. Existem ainda muitas bibliotecas dependentes dos
diferentes Poderes da Nação, assim como das diferentes universidades que se
encontram na capital.
Buenos
Aires distingue-se, ainda, como o maior centro editorial do país, já que ali estão sediadas as
editoras mais relevantes, e onde se editam os diários e revistas de maior
tiragem. A indústria editorial de Buenos Aires é uma das mais competitivas da
região e a densidade de livrarias é bastante alta. É possível conseguir, com
alguma facilidade, livros antigos, primeiras edições e publicações em
diferentes idiomas, sobretudo nos estabelecimentos comerciais localizados na Avenida de Maio e na Avenida Corrientes, entre Callao e 9 de Julio.
Uma
tradição importante é a dos Festejos de Carnaval.
Existem em Buenos Aires 103 murgas, agrupando mais de
dez mil pessoas. Anualmente, juntam-se mais de 800 mil pessoas para desfrutar
da música, baile e canto que oferecem estes grupos, na grande quantidade de cursos que
se realizam nos bairros portenhos.
A cidade
conta com um seleto grupo de 50 bares denominados como Bares Notáveis estes bares caracterizam-se por haver
sido protagonistas de uma parte importante da história da cidade, estes bares
recebem uma ajuda do Governo da Cidade de Buenos Aires.
A cidade
de Buenos Aires conta com mais de 300 teatros.
Esporte
O esporte
mais popular na cidade, como em todo o país é o futebol, e grande parte das
equipes com maior história no Campeonato Argentino de Futebol residem na cidade. Em Buenos Aires se
encontram vários dos clubes de futebol mais importantes do país: Boca Juniors, Vélez Sarsfield, San Lorenzo, Argentinos Juniors e All Boys, que jogam na Primeira Divisão. E alguns
que jogam na Primera
"B" Nacional como River Plate, Huracán, Chacarita Juniors, Ferro Carril Oeste, além de Nueva Chicago, Atlanta e Barracas Central,
que participam na Primeira B Metropolitana.
Na Primeira Catualmente Sacachispas é o representante portenho na
categoria e, na Primeira D estão Yupanqui, Deportivo Paraguayo e Deportivo Riestra.
Existem
além de instituições que dispõem de infraestrutura para a prática de outros
esportes como o basquete (Liga Nacional A)
ou o tênis (onde o Buenos Aires Lawn
Tennis Club é a sede
do único torneio ATP disputado
no país, o ATP Buenos Aires).
Existem também outros locais para a prática de esportes como o Luna Park (no que se destacam os torneios de
boxe) e o novo Estádio
Multiesportivo Parque Roca (que
é utilizado para a Copa Davis de Tênis).
A Cidade
de Buenos Aires foi sede de várias competições internacionais: dois de seus
estádios o River Plate e o Vélez Sársfield, abrigaram a Copa do Mundo FIFA de 1978, em várias
ocasiões a Copa América do
mesmo esporte, foi sede dos primeiros Jogos Pan-americanos disputados entre os dias 25 de fevereiro e 9 de março de 1951, perdeu por apenas um
voto a eleição para abrigar os Jogos Olímpicos de Melbourne em 1956, ficou entre as 5
melhores sedes para os Jogos Olímpicos de Atenas, também competiu
em outras oportunidades para organizar esta competição, abrigou dois mundiais de basquete (1950 e 1990), o Campeonato do Mundo de Polo de 1987 e o Autódromo Oscar Alfredo Gálvez foi sede por vinte vezes do Grande Prêmio da Argentina de Fórmula 1 e por 10 vezes do Grande Prêmio da
Argentina de Motociclismo. Em 2006 foi sede dos VIII Jogos Sul-Americanos. E em 2002 foi a sede do Mundial de Vôlei da FIVB já tendo sediado o evento em 1982.
Também na
cidade se encontra o CeNARD (Centro
Nacional de Alto Rendimento Desportivo), um complexo estatal que abriga
esportistas de todo o país e permite a prática de grande quantidade de
esportes. Possui quadras de futebol, hóquei, handebol, tênis, vôlei, pistas de
patins, natação olímpica, rúgbi, ginásios de complementos e halterofilia e duas pistas de atletismo.
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