sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

Carnaval em Buenos Aires...



“Mas é carnaval, não me diga mais quem é você...

Carnaval em Buenos Aires tem, mas acabou, gente. Quer dizer, tem uma ou outra coisinha, sim. Mas nada que se compare com os desfiles da Sapucaí, com os blocos de rua do Rio, com o Caprichoso e o Garantido e nem com os trios de Salvador (este último eu juro que passo). O Brasil é o país do carnaval, isso tá mais do que claro. Mas aqui na Argentina também tem carnaval, sim senhor.

Feriado de carnaval
Aliás, este ano o carnaval voltou a ser feriado nacional graças à presidenta Cristina Kirchner. Explico: o carnaval, que aqui era chamado de “feriado de Momo”, sempre existiu. Mas no ano de 1977 a ditadura militar argentina eliminou o feriado. A alegação do general Jorge Rafael Videla era que os guerrilheiros de esquerda poderiam se esconder atrás das fantasias e, desta forma, realizar atentados. 
Bom, daí veio a Cristina, que anda revendo uma séria de medidas da ditadura, e decretou a reimplantação do feriado de carnaval. “Queremos que a alegria volte à Argentina”, disse ela, que também quer estimular o turismo interno etc. Quem explica mais sobre a história do feriado de carnaval é o colega Ariel Palácios. 

Folia à Argentina
Mas qual é a da folia aqui? Eu conto: em Gualeguaychú, uma cidade coladinha no Uruguai, rola um desfile tipo o da Sapucaí. Este é o carnaval oficial daqui, palco de várias atrizes de teatro de revista que desfilam de biquininho etc. 
Daí também tem as murgas, que são algo parecido com os blocos de rua. Rola uma dança desengonçada parecida com o cavalo marinho e um batuque que não chega a ser um samba porque falta cadência. Ah, e quando rola murga nas ruas de Buenos Aires (há grupos em diversos bairros) a venda de álcool é proibida.

Baladinhas de carnaval
Eu não fico em Buenos Aires durante o carnaval, não. Vou pra Chacabuco, no interior de Buenos Aires, tomar sorvete na praça e ver a vida passar pela janela. E enquanto as minhas amigas do Brasil estão preocupadas com as compras da 25 de Março (confete, serpentina, tiarinha de princesa, maraca e reco-reco de plástico) e da Sumirê (esmaltes coloridos, sombras coloridas e glitter); eu bato este post e incluo umas diquinhas de eveintos e festeenhas que vão rolar na Capital Federal.

SEXTA-FEIRA
No Le Bar tocam os DJs Karim e Villa Diamante. Desta mistura dá pra esperar de um tudo: de cumbia a música dos balcãs.
Já no Niceto Club vai rolar a festa Santera de carnaval. Eles pedem para que as pessoas levem máscaras, confetes, serpentinas e muito glitter. No repertório, muito reggaeton e cumbia.

SÁBADO
No Caracas Bar tocam os DJs Karim, Villa Diamante e Tudo Bem – este último, nome artístico do jornalista Leo Tarifeño que, como todo bom jornalista, também “ataca de DJ” e é responsável pelas festas mais bacanas daqui.
No Niceto rola Brandon Gay Day versão especial de carnaval. Acho que vai estar BEM divertida.
Também tem a volta do ciclo Music is my Girlfriend no Salón Pueyrredón com as bandas Valle de Muñecas, The Siniestros e Los Colmillos. Rocanrol a pleno, colega.

DOMINGO
Até agora eu não averiguei nada interessante.


SEGUNDA-FEIRA
Festa Afrolunes no Uniclub (com uma banda convidada + big band africana de Cheik Gueye, um senegalês que toca na Bomba de Tiempo).
Tem apresentação da Bomba de Tiempo seguida de festa de carnaval no Konex
No Notorious, a cantora e atriz Mauge Manigot manda ver com um repertório cheio de sambas e marchinhas pra relembrar o carnaval de outrora num ambiente intimista e de luzes baixas. Nos demais dias do feriado a casa continua com a programação de jazz habitual.

TERÇA-FEIRA
É como se não existisse, já que aqui na Argentina não estamos trabalhando com o conceito chegar-no-trabalho-ao-meio-dia-na-quarta-feira-de-cinzas.
Bom, se você tiver mais alguma dica de festa boa rolando no feriado de carnaval em Buenos Aires, que tal compartilhá-la com a galera? Be my guest e vai que é tua nos comentários!
Não se esqueçam da camisinha, de tomar muita água, de que o leite condensado da barraquinha de batidas NÃO está geladinho e fresquinho como o de casa (o mesmo vale pra maionese do cachorro quente) e o mais importante: cachaça não é água não!” 

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