“Mas é carnaval, não me diga mais quem é você...
Carnaval
em Buenos Aires tem, mas acabou, gente. Quer dizer, tem uma ou outra coisinha,
sim. Mas nada que se compare com os desfiles da Sapucaí, com os blocos de rua
do Rio, com o Caprichoso e o Garantido e nem com os trios de Salvador (este
último eu juro que passo). O Brasil é o país do carnaval, isso tá mais do que
claro. Mas aqui na Argentina também tem carnaval, sim senhor.
Feriado
de carnaval
Aliás,
este ano o carnaval voltou a ser feriado nacional graças à presidenta Cristina
Kirchner. Explico: o carnaval, que aqui era chamado de “feriado de Momo”,
sempre existiu. Mas no ano de 1977 a ditadura militar argentina eliminou o
feriado. A alegação do general Jorge Rafael Videla era que os guerrilheiros de
esquerda poderiam se esconder atrás das fantasias e, desta forma, realizar
atentados.
Bom,
daí veio a Cristina, que anda revendo uma séria de medidas da ditadura, e
decretou a reimplantação do feriado de carnaval. “Queremos que a alegria volte
à Argentina”, disse ela, que também quer estimular o turismo interno etc. Quem
explica mais sobre a história do feriado de carnaval é o colega Ariel
Palácios.
Folia
à Argentina
Mas
qual é a da folia aqui? Eu conto: em Gualeguaychú,
uma cidade coladinha no Uruguai, rola um desfile tipo o da Sapucaí. Este é o
carnaval oficial daqui, palco de várias atrizes de teatro de revista que
desfilam de biquininho etc.
Daí
também tem as murgas, que
são algo parecido com os blocos de rua. Rola uma dança desengonçada parecida
com o cavalo marinho e um batuque que não chega a ser um samba porque falta
cadência. Ah, e quando rola murga nas ruas de Buenos Aires (há grupos em
diversos bairros) a venda de álcool é proibida.
Baladinhas
de carnaval
Eu
não fico em Buenos Aires durante o carnaval, não. Vou pra Chacabuco, no
interior de Buenos Aires, tomar sorvete na praça e ver a vida passar pela
janela. E enquanto as minhas amigas do Brasil estão preocupadas com as
compras da 25 de Março (confete, serpentina, tiarinha de princesa, maraca e
reco-reco de plástico) e da Sumirê (esmaltes coloridos, sombras coloridas e
glitter); eu bato este post e incluo umas diquinhas de eveintos e festeenhas que vão
rolar na Capital Federal.
SEXTA-FEIRA
No Le Bar tocam os DJs Karim e Villa Diamante.
Desta mistura dá pra esperar de um tudo: de cumbia a música dos balcãs.
Já
no Niceto Club vai rolar a festa Santera de
carnaval. Eles pedem para que as pessoas levem máscaras, confetes,
serpentinas e muito glitter. No repertório, muito reggaeton e cumbia.
SÁBADO
No Caracas Bar tocam os DJs Karim, Villa
Diamante e Tudo Bem – este último, nome artístico do jornalista Leo Tarifeño que, como todo bom jornalista,
também “ataca de DJ” e é responsável pelas festas mais bacanas daqui.
No
Niceto rola Brandon Gay Day versão especial de
carnaval. Acho que vai estar BEM divertida.
Também
tem a volta do ciclo Music is my
Girlfriend no
Salón Pueyrredón com as bandas Valle de Muñecas, The Siniestros e Los
Colmillos. Rocanrol a pleno, colega.
DOMINGO
Até
agora eu não averiguei nada interessante.
SEGUNDA-FEIRA
Festa
Afrolunes no Uniclub (com uma banda convidada + big
band africana de Cheik Gueye, um senegalês que toca na Bomba de Tiempo).
Tem
apresentação da Bomba de Tiempo seguida de festa de carnaval no Konex.
No Notorious,
a cantora e atriz Mauge Manigot manda ver com um repertório cheio de sambas e
marchinhas pra relembrar o carnaval de outrora num ambiente intimista e de
luzes baixas. Nos demais dias do feriado a casa continua com a programação de jazz
habitual.
TERÇA-FEIRA
É
como se não existisse, já que aqui na Argentina não estamos trabalhando com o
conceito chegar-no-trabalho-ao-meio-dia-na-quarta-feira-de-cinzas.
Bom,
se você tiver mais alguma dica de festa boa rolando no feriado de carnaval em
Buenos Aires, que tal compartilhá-la com a galera? Be
my guest e vai que é
tua nos comentários!
Não
se esqueçam da camisinha, de tomar muita água, de que o leite condensado da
barraquinha de batidas NÃO está geladinho e fresquinho como o de casa (o mesmo vale
pra maionese do cachorro quente) e o mais importante: cachaça não é
água não!”
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